Ruan Felipe: uma história de superação em cima do skate

O esporte possui um poder transformador na vida de muitas pessoas, independente da modalidade sempre há histórias incríveis e inspiradoras que nos motivam, como é o caso do paraskatista, Ruan Felipe.

Os paraskatistas são praticamente super-humanos, eles são a prova de que o usar um shape de skate é muito mais que um esporte, uma superação e um parceiro para toda vida ou parceiro de 24 horas. É o caso do talentosíssimo Ruan Felipe.

Erro médico

O paulista natural de Ribeirão Preto foi vítima de um erro médico aos dois anos e meio de idade, uma noite Ruan acordou com uma febre alta. No hospital o médico o diagnosticou com uma virose, ele foi medicado com dipirona e com plasil, a mãe de Ruan, Carla Cristina conta que após três horas começaram a surgir manchas em sua pele.

Ele foi internado e ficou entre a vida e a morte, só depois os médicos descobriram que Ruan é alérgico a plasil, como consequência, muitas partes de seu corpo necrosaram.

Para interromper a alergia e salvar a vida de Ruan, suas pernas tiveram que ser amputadas, partes dos tecidos dos braços, do rosto e do corpo também tiveram que ser retiradas deixando grandes sequelas em seu corpo.

O skatista afirma que crescer nessa condição foi relativamente mais fácil para se adaptar, mas se alguém pensa que isso o desanimou, está errado, o incidente em vez de deixá-lo para baixo, o tornou ainda mais forte. Ruan foi de encontro ao pensamento do grande filósofo alemão Friedrich Niezsche: “Aquilo que não me mata, só me fortalece”.

Skate

Aos sete anos de idade ganhou seu primeiro skate de sua família, Ruan precisava ir para escola e uma cadeira de rodas não era tão prático e limitava os movimentos, com o skate ele conseguia uma independência maior para se locomover dentro e fora da escola, foi assim que sua história no skate começou e nas palavras magníficas de sua avó Fátima das Graças: “era um skate a cada três meses, quando ele descobriu que o skate voava”.

Paraskatista

Hoje aos 24 anos de idade, Ruan representa a Nineclouds, Moska Wheels, Monster Sports.com e Sk8ver, quem já viu uma session do rapaz sabe o quão monstro ele é em cima do shape de skate.

Mega Rampa

Sua inspiração foi o pernambucano Og de Souza, também paraskatista profissional e vítima de poliomielite na infância. Og participou dos Jogos Parapan-Americanos em 2007, ele e Ítalo Romano foram os únicos paraskatistas a descerem com seus shape de skate a megarrampa de Bob Burnquist.

Na pista são todos iguais

Ruan Felipe é um jovem sorridente com uma força de espírito inquebrável, um leão segundo sua avó, apesar dos olhares e do notório preconceito de algumas pessoas, ele releva e não se contamina com esse tipo de energia negativa. Nas pistas de skate são todos iguais e ninguém se importa com sua condição, todos o admiram pela determinação e habilidades excepcionais no skate.

Exemplos de superação

Como Ruan, há muitos outros paraskatistas incríveis que merecem citação.

Vinícius Sardi

O paulistano Vinícius Sardi nasceu com má formação congênita, ele começou a andar de skate aos 16 anos, depois de ver Ítalo Romano que perdeu as pernas aos 11 anos na televisão. Ao vê-lo, Vinícius pensou: “se ele pode, porque eu também não posso?”.

David Teixeira

O carioca David Teixeira, conhecido como Davizinho, nasceu com síndrome da banda amniótica, causa má formação nos braços e pernas, mas isso não impede o pequeno gigante de 10 anos de andar e participar de campeonatos de skate, e mais, o moleque é tão zica que também surfa, até já pegou uma onda com Gabriel Medina.

Shierre Ilário

Shierre Ilário, mineiro natural de Poços de Caldas teve que amputar a perna depois de descobrir um tumor no joelho. Ele começou a andar aos 9 anos de idade e aos 29 quando caminhava para o amador descobriu a doença, depois de cinco anos sem andar de skate por achar que não seria mais possível, conheceu Og e Ítalo, nem é preciso dizer que hoje ele está na ativa.

Matheus Moreira

O brasiliense Matheus Moreira que não tem o movimento das pernas por causa de má formação congênita está ansioso para as Paraolimpíadas, para ele, a inclusão do skate nos jogos olímpicos farão com que a visão das pessoas em relação aos skatistas, muito dos preconceitos ainda existentes, serão quebrados graças aos jogos de Tóquio 2020.

Ruan Felipe e os demais paraskatistas do Brasil são seres que nos inspiraram a querer mais e não reclamar de barriga cheia. A força deles nos motiva ao andar com nossos shapes de skate e na crença da humanidade.  Apesar das dificuldades encontradas no caminho, nada os detém, são inquebráveis, os titãs do skateboard.

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s

%d blogueiros gostam disto: